Os Dead Combo regressam a Londres oito anos após a estreia britânica para um concerto numa igreja, a dia 31 de maio, que terá como primeira parte o guitarrista Norberto Lobo.
O duo apresentou-se pela primeira vez num palco londrino em 2005, no âmbito do extinto Festival Atlantic Waves, promovido pela fundação Calouste Gulbenkian.
Na altura a sua música foi descrita no diário The Guardian como uma "mistura estranha de 'spaghetti western', jazz e fado em contrabaixo e guitarra". Agora regressa pela mão do Portuguese Conspiracy, um coletivo português que lançou um clube gastronómico mensal em janeiro e que pretende alargar as atividades para o âmbito cultural.
"Queremos mostrar bandas portuguesas que sejam fáceis de exportar. Os Dead Combo já têm algum sucesso em França e nos EUA, mas aqui não têm exposição", disse Rita Maia, uma das organizadoras do evento, à agência Lusa.
O concerto em Londres coincide com a celebração de dez anos de existência do duo, formado por Tó Trips (guitarra) e Pedro Gonçalves (baixo e contrabaixo) em 2003 para gravar um tema para uma compilação de homenagem a Carlos Paredes.
Apoiado pela Embaixada de Portugal e pelo Instituto Camões, terá lugar numa igreja, a Round Chapel, em Hackney, no leste da cidade, e a abertura estará a cabo do guitarrista Norberto Lobo.
O guitarrista já conta com várias passagens pela capital britânica e que tem um outro concerto na véspera, no Cafe Otto, com o ensemble de Neel Murgai, um virtuoso da sitar.
Rita Maia, organizadora de eventos que, com o designer José Cardoso, forma o núcleo do Portuguese Conspiracy, acredita haver espaço em Londres para mais eventos que mostrem os novos talentos portugueses, por isso tencionam expandir a atividade.
A 21 de junho terão a cargo a versão londrina do Festival de Curtas Metragens promovido pelo Arte Institute e realizado em simultâneo em nova Iorque e Lisboa e planeiam para breve uma exposição sobre design gráfico.
A guitarra de Noberto Lobo compete com as canções dos The xx, Alt-J ou Django Django.
O músico português Norberto Lobo está nomeado com Mel Azul para o prémio de melhor álbum europeu independente de 2012, que é atribuído pela Impala, a organização que reúne várias editoras discográficas independentes da Europa. A lista dos nomeados desta terceira edição do prémio apresenta 18 álbuns de países como Reino Unido, Espanha, França ou Suécia.
De Portugal está nomeado o guitarrista Norberto Lobo, da etiqueta independente Mbari. Entre os nomeados estão, por exemplo, os ingleses The xx (Coexist), Alt-J (An Awesome Wave) e Django Django (Django Django), a sueca El Perro Del Mar (Pale Fire) ou o espanhol John Talabot (Fin). Os prémios Impala vão apenas na terceira edição – premiaram em 2012 a cantora inglesa Adele com 21 – e pretendem “celebrar o generoso talento e diversidade musicais das edições discográficas independentes na Europa”.
O vencedor é escolhido independentemente das vendas. A organização Impala, criada em 2000, reúne mais de quatro mil membros, pequenas e médias editoras independentes, que não integram as grandes marcas discográficas.
Norberto Lobo, Tigerman e Francisca Cortesão no Mexefest
A cidade de Lisboa estará em festa e com muito ritmo nos próximos dias 07 e 08 de Dezembro com o festival Vodafone Mexefest.
Entre os muitos artistas, alguns deles já apresentaram quais os convidados que irão também integrar os seus concertos.
Mais do que um espaço de descoberta, o Vodafone Mexefest tem assumido um papel de catalisador de sinergias, onde os artistas tendem a criar momentos únicos tanto na reprodução dos seus temas, como na experimentação de novas e espontâneas colaborações.
Assim, depois do anúncio de que Miguel Araújo e Márcia se juntariam a Samuel Úria no festival, chega agora a confirmação de mais artistas convidados em diversos concertos do cartaz.
Uma das maiores revelações no que toca às vozes nacionais de jazz nos últimos anos, Elisa Rodrigues, entregará parte da sua música ao lado de Paulo Furtado, que subirá ao palco sob a sua capa de The Legendary Tigerman.
Elisa Rodrigues Elisa é capaz de tornar grandes clássicos em músicas suas e de reinventar músicas com uma versatilidade impressionante.
Do Barreiro até Lisboa, a Nicotine’s Orchestra de Nick Nicotine também promete encontros musicais inesperados, convidando Francisca Cortesão, dos Minta, a juntar-se à panóplia de sonoridades que guardaram para a margem norte do Tejo.
Na orquestra de Nick Nicotine não há violinos, nem violoncelos, nem pautas alinhadas. Na orquestra do homem do Barreiro, as sinfonias constroem-se com guitarras de acordes rasgados, teclados crus e claro, com letras arranhadas numa voz rouca e grave.
Já o nortenho Peixe respira nos intervalos da sua “Apneia”, com os prodigiosos Norberto Lobo e Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, a fazerem-lhe companhia.
Depois de ter feito parte dos Ornatos Violeta e dos Pluto, Pedro Cardoso escolheu o ano de 2012 para afirmar o seu novo projecto musical, Peixe. Num mergulho onde a água doce e salgada andam a par e passo, Peixe abraça as guitarras, eléctrica e acústica, e dá uma nova dimensão ao seu som.
Este festival que esgotou na primeira edição [o ano passado], promete pôr Lisboa a cantar e a dançar pelas várias salas de espectáculo do centro da cidade, durante dois dias que, segundo a produtora Música no Coração "prometem ser intensos e frenéticos".
O guitarrista Norberto Lobo e o contrabaixista Carlos Bica vão actuar juntos, no próximo Sábado, 21 de Abril, no auditório do Centro de Artes de Sines.
Dois filhos pródigos do nosso país, Lobo e Bica representam o que de melhor na música tem surgido com assinatura portuguesa.
Os trabalhos do guitarrista, além de profundamente marcados pelo sentimento, são um marco da música plural e virtuosa, com "Mudar de Bina", "Pata Lenta" e "Fala Mansa" a serem apenas exemplos do tão bom trabalho de cruzamento da tradição portuguesa com o aroma brasileiro, os ritmos africanos ou mesmo o imaginário do blues, feito pelo músico.
Bica, por seu lado, tem hoje papel de destaque no Jazz europeu. A sua formação clássica foi a base para uma viagem, ainda a decorrer, de exploração de vários estilos e escolas, deixando a cada novo trabalho a sensação de que o futuro ainda tem algo mais para nos dizer.
Quem estiver em Sines neste fim-de-semana terá a oportunidade de assistir a um imprevisível diálogo de talentos, num espectáculo que se espera ser, igualmente, inesquecível.
O concerto tem início marcado para as 22:00 e a entrada custa cinco euros.
Primeiro um disco de palha, depois um disco de madeira, agora um disco de cimento e tijolos. Ninguém deita deita abaixo "Fala Mansa", terceiro álbum de Norberto Lobo. Não é a típica chegada à maturidade séria, é antes o acesso ao maravilhamento por via de uma guitarra
Um cachimbo e uma legenda: "Isto não é um cachimbo". René Magritte, 1929. Uma guitarra e uma inscrição: "Esta máquina mata fascistas". Woody Guthrie, 1940. Olhar para uma coisa e ver para além dela. Ou, pelo menos, tentar estrafegar impiedosamente a ideia fechada que temos sobre algo. Quando um músico como Fred Frith sobe ao palco, diz-nos Norberto Lobo, "senta-se e dá um concerto em que é inacreditável o que ele faz com uma guitarra e poucos pedais". "É uma máquina de fazer sons e ele toca-a como tal", acrescenta. "Uma guitarra que não é uma guitarra". Norberto Lobo sobre Fred Frith, 2011.
O concerto a solo de Frith a que Norberto assistiu tornou-se um reservatório de inspiração a que o músico recorre frequentemente. Foi em Maio de 2010, na sala La Carène, em Brest, que passaram pelo mesmo palco do festival Sonore, e aquilo que Norberto sorveu das mãos de Frith ainda hoje lhe serve de ensinamento. Também a guitarra do português incha a cada disco, as madeiras parecem dar de si, deformam-lhe as curvas e deixam circular pelas frestas uma música que transcende cada vez mais o próprio instrumento. Cada vez mais, Norberto Lobo toca guitarra porque toca guitarra. Assim como podia tocar outra coisa qualquer. "Fala Mansa", terceiro álbum, é um murro na mesa que impõe essa verdade - se as mãos de Norberto acabassem num piano, ele seria um iluminado homem do jazz; assim, é um guitarrista sem lugar, cuja abordagem ao instrumento é comparável à de Jack Rose e de John Fahey, mas também à guitarra portuguesa de Carlos Paredes.
Norberto Lobo gosta de resgatar à algibeira uma citação de John Fahey em que este dizia que o seu objectivo era hipnotizar as pessoas. Este Lobo bom não acredita em nirvanas em cima do palco, "porque se não uma pessoa estava em transcendência permanente e isso era um bocado cansativo". Prefere a versão de que a música, praticada num contínuo, se aproxima da poesia. "Fala Mansa" é, à sua maneira, uma elevação da música ao estado poético, uma sequência de tons e cores sem palavras, aceitando unicamente um murmúrio vocal indecifrável que parece um fantasma de Chet Baker a assombrar magnificamente o tema título.
Quando se lhe tira a guitarra das mãos, as palavras também parecem atrapalhar Norberto Lobo. Como aquela velha ideia indígena de que uma fotografia pode roubar a alma. Falar, discutir a música, parece ler-se no rosto de Norberto, emagrece o mistério da criação. Luz a mais queima, fere as canções.
Norberto Lobo tem novo disco e isso, como antes, como sempre, só pode encher-nos de justa alegria. O guitarrista que nos ofereceu "Mudar de Bina" e "Pata Lenta", dois momentos únicos da discografia portuguesa recente, já com lugar reservado na história da música cá da terra, regressa com "Fala Mansa". Será lançado dia 11 de Maio, o mesmo em que se apresentará no Teatro da Trindade, em Lisboa, e, tendo em conta a lotação limitada a 443 espectadores, recomenda-se rapidez na aquisição do bilhete. Isto porque Norberto Lobo, dono de um lirismo comovente e de uma expressividade torrencial, ponte livre entre o que reconhecemos como nosso - à Paredes - e a vastidão do mundo - à Norberto, viajante inveterado -, já não é segredo reservado a um pequeno núcleo de convertidos. Hoje, todos o reconhecem, todos estarão curiosos por descobrir o que esconde este novo "Fala Mansa". Por agora, temos títulos como "Chuva ácida (darque)", "Balada para Lhasa", "Charleston para Jack", "Haiku para Mike" ou "Shibuya girls". Aguardemos. 11 de Maio está mesmo aí.
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