Carlos do Carmo é sem dúvida um dos maiores embaixadores do fado. Tendo sido distinguido no ano passado com um Grammy Latino, aos 77 anos o fadista continua a subir aos palcos de todo o mundo, mostrando como tem sido uma voz marcante e influente para a história do fado ao longo dos mais de 50 anos de carreira.
Este ano, Carlos do Carmo já atuou, por exemplo, em Bilbao (Espanha) e em New Bedford (Estados Unidos), para plateias esgotadas e com críticas altamente elogiosas. O “El Correo” de Espanha apelidou-o de “Sinatra do fado” e definiu o seu concerto em Bilbao, onde Carlos do Carmo atuou pela primeira vez, como uma “atuação soberba”, destacando o estilo “intenso, profundo e seguro” de cantar o fado.
Recentemente, o fadista subiu ao palco do Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, onde foi homenageado pelo Conselho de Cultura da Universidade da Madeira. “Agora apetece-me mais chorar do que falar e eu não sou de choro fácil”, disse Carlos do Carmo neste sentido tributo, reporta o DN Madeira.
O fadista vai continuar a pisar grandes salas do país e no estrangeiro, tendo até ao final do ano marcados concertos em Paris, Luxemburgo, Joanesburgo ou em Lisboa, no Centro Cultural de Belém.
Próximos concertos de Carlos do Carmo:
11 de agosto - Festival Sol da Caparica
30 de setembro - Joanesburgo - Theatre of Marcellus, Emperors Palace Casino
4 de novembro - Paris - Grand Rex
1 de dezembro – Lisboa - CCB
17 de dezembro – Luxemburgo - Casino 2000
O maior embaixador do Fado - CARLOS DO CARMO - No regresso aos palcos
O fadista português mais premiado de sempre, apresenta-se para um concerto único em Guimarães, dia 17 de Dezembro, no Pavilhão Multiusos
Com 76 anos de idade, Carlos do Carmo, sobe aos palcos com objetivo de agradecer e retribuir ao público português todo o carinho e afeto que sempre recebeu ao longos dos seus 52 anos de carreira e que o transformaram no “Homem do Mundo “
“Um dos cantores mais importantes do seu tempo (…) Uma das vozes mais emblemáticas da música Portuguesa”
Convidados Especiais:
Ana Moura
António Serrano
Nathalie
Carlos do Carmo no Pax Julia
O Pax Julia – Teatro Municipal de Beja recebe na noite de sábado o concerto de Carlos do Carmo - o fadista português mais premiado de sempre!
Com 76 anos de idade, Carlos do Carmo sobe aos palcos com o objetivo de agradecer e de retribuir ao público português todo o carinho e afeto que sempre recebeu ao longo dos seus 52 anos de carreira e que o transformaram num “Homem do Mundo“.
Um dos cantores mais importantes do seu tempo e uma das vozes mais emblemáticas da música portuguesa sábado à noite, a partir das 21.30 horas, no auditório do Pax Julia – Teatro Municipal de Beja.
5 de outubro| 21h30
Pax Julia – Teatro Municipal de Beja
Carlos do Carmo em Beja no dia 15 de outubro
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O maior embaixador do Fado - Carlos do Carmo - sobe ao palco do Pax Julia - Teatro Municipal de Beja no sábado, dia 15 de outubro, pelas 21h30
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Carlos do Carmo em concerto inédito com a Orquestra Gulbenkian
25 de junho, 21h30
Fundação Calouste Gulbenkian
No próximo dia 25 de junho, a Orquestra Gulbenkian convida, pela primeira vez, Carlos do Carmo e o seu trio a uma viagem partilhada pelo seu repertório mais emblemático. Este concerto inédito realiza-se no Anfiteatro ao ar livre do Jardim Gulbenkian e insere-se na programação “Jardim de Verão”, para comemorar os 60 anos da Fundação Calouste Gulbenkian.
“Aceitei com muita honra este convite da Orquestra Gulbenkian, que representa uma instituição que tenho como referência histórica da cultura portuguesa e de uma importância inigualável”, diz Carlos do Carmo sobre esta iniciativa, à qual se junta Ivan Lins, amigo de longa data do fadista, como convidado especial para um diálogo com a canção brasileira.
No 5.º aniversário da proclamação do Fado como Património Cultural Imaterial da Humanidade, Carlos do Carmo e o seu trio – José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola de fado) e Daniel Pinto (baixo acústico) – vão partilhar o palco, pela primeira vez, com a Orquestra Gulbenkian dirigida pelo Maestro Rui Pinheiro. Ivan Lins juntar-se-á para tocar alguns temas com a Orquestra Gulbenkian e para um dueto com Carlos do Carmo.
“Nada melhor do que convidar um amigo e grande músico, Ivan Lins, para em conjunto partilharmos este momento que considero como uma distinção”, afirma o fadista que há mais de 50 anos vem construindo uma das carreiras mais sólidas no panorama artístico português.
Orquestra Gulbenkian e Carlos do Carmo
Convidado especial: Ivan Lins
25 junho, 21.30h
Anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian
Preço dos bilhetes: 20€
Letra
Serras, veredas, atalhos,
fragas e estradas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento
Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas
O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste
E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade
Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina
Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura.
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
são a esperança que aprendeste
nos olhos de um povo triste
CARLOS DO CARMO
CARLOS DO CARMO
Recebe GRAMMY LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD
O maior e mais prestigiado galardão da música internacional
Letra
Surges do mar como uma ninfa alada
E pairas sobre mim sem te deteres
És como uma gaivota ou pomba ou nada
E sei que não é meu o que me deres
E eu, de pés na terra, olhando o mar
Da solidão desse teu voo rasgado
Sinto escorrer por dentro o teu olhar
E vais partir de mim sem ter chegado
Chamar-te esperança, ou sonho, já não sei
Se te hei-de dar o nome donde vens
Que me saibas mostrar que te inventei
E só eu sei o nome que tu tens
Vou-te buscar ao futuro, que só aí
Posso saber se existes no meu fado
Foi em sonhos apenas que te vi
É tempo de te ver estando acordado!
Mísia, Carlos do Carmo e Gisela João são os artistas convidados do 4º Festival de Fado de Madrid, que entre 18 e 21 de junho leva a música portuguesa ao público espanhol com concertos, debates e exposições.
Depois do êxito das edições anteriores, o certame pretende, este ano, consolidar-se como um dos eventos do calendário madrileno, reunindo o público espanhol não só para três concertos mas para debates sobre o papel cultural do fado, incluindo, este ano, no cinema.
Na agenda da edição deste ano está prevista a projeção de filmes, um ciclo de conferências, ateliers e uma exposição representativa do fado.
Em termos de concertos o festival arranca a 19 de junho com a atuação de Mísia, que revisitará o reportório de Amália Rodrigues, cantando poemas inéditos escritos para o seu novo projeto de tributo à fadista portuguesa mais conhecida.
No dia seguinte é a vez de Gisela João, uma das novas vozes do fado português - que teve grande êxito no seu primeiro álbum, lançado há um ano - e a 21 será a vez de Carlos do Carmo, num concerto que se propõe uma viagem por "50 anos da história da música portuguesa".
Segundo os organizadores, Carlos do Carmo terá como convidados no seu concerto Cristina Branco, Marco Rodriguez e Raquel Tavares.
Fora dos concertos, a Filmoteca Espanhola acolhe o ciclo de conferência que inclui um debate com Iván Dias sob o tema "Rodando Fados", uma mesa redonda com Diogo Varela Silva, David Ferreira e Cristina Branco e, finalmente, a conferência "O fado encontrou-me um dia: Carminho, Gisela e Camané", com o cineasta João Botelho.
A exposição "o fado e o cinema" marca ainda a agenda deste ano.
Retirado de Sapo Música
letra
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida.
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano.
Existe a noite
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
O cais da nova nau das descobertas.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco, ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera... do futuro
A iniciativa é inédita. Carlos do Carmo passou a tarde de terça, dia 1 de Abril, na redacção da SIC, onde teve uma conversa informal com os jornalistas e cantou alguns dos temas que farão parte do alinhamento dos concertos marcados para os Coliseus de Lisboa e Porto, dias 5 e 12 de Abril, respectivamente.
Nesta conversa, Carlos do Carmo teve oportunidade de abrir o véu sobre o que se vai passar nestas datas tão especiais, onde o fadista estará acompanhado por nomes como Aldina Duarte , Camané, Carminho,Mafalda Arnauth, Marco Rodrigues, Mariza, Raquel Tavares eRicardo Ribeiro.
Os concertos nos Coliseus acontecem depois da edição, no final do ano passado, do disco "Fado É Amor", trabalho lançado no âmbito das comemorações do 50.º aniversário de carreira de Carlos do Carmo. Será, por tudo isto, um espectáculo único e irrepetível.
Apresentações do disco «Fado é Amor» acontecem em abril e contam com a participação de Camané, Ricardo Ribeiro, Mariza e Raquel Tavares, entre outros
O fadista Carlos do Carmo que, no ano passado, celebrou 50 anos de carreira, atua em abril nos coliseus de Lisboa e Porto, partilhando o palco com Camané, Ricardo Ribeiro, Mariza, Carminho, Mafalda Arnauth, Aldina Duarte, Marco Rodrigues e Raquel Tavares, escreve a agência Lusa.
Os concertos de apresentação do álbum «Fado é Amor», no qual partilha a interpretação de diversos fados com estes fadistas, realizam-se no dia 5 de abril no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e no dia 12 de abril, no Coliseu do Porto.
Os fadistas serão acompanhados à guitarra portuguesa por José Manuel Neto, à viola por Carlos Manuel Proença, e à viola baixo por Marino de Freitas.
Retirado de IOL
Carlos do Carmo
Apresenta ‘Fado é Amor’, em Abril,
nos Coliseus com os convidados do disco
Em foco estará o reportório escolhido por Carlos do Carmo para o disco editado em Outubro do ano passado. ‘Fado É Amor’ foi lançado no âmbito das comemorações do 50.º aniversário de carreira do fadista e contou com a participação dos maiores fadistas da actualidade. Por tudo isto, este será um concerto irrepetível.
Os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais com lugares sentados a partir dos 20€.
Letra
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a vontade
Foi for vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pàra deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas en correr
Eu não te acompanho mais
Se não sabes onde vais
Pára deixa de bater
Eu não te acompanho mais
Letra
Certa noite o meu destino
Vi nos teus olhos fatais
E fiquei tão pequenino
Que desde então imagino
Segui-los por onde vais
Não sei voltar ao passado
Nesta noite derradeira
Vejo-te ainda a meu lado
Mas neste fado bailado
Arde a minha vida inteira
Coração da minha vida
Vida do meu coração
Em cada noite perdida
Uma promessa esquecida
Naquele olhar sem perdão
Vou contigo, coração
A morrer dentro de mim
Se ainda bates coração sem razão
Não te sei dizer que não
Vou contigo até ao fim
Letra
Talvez a mãe fosse rameira de bordel
Talvez o pai um decadente aristocrata
Talvez lhe dessem à nascença amor e fel
Talvez crescesse aos tropeções na vida ingrata
Talvez o tenham educado sem maneiras
Entre desordens, navalhadas e paixões
Talvez ouvisse vendavais e bebedeiras
E as violências que rasgavam corações
Talvez ouvisse vendavais e beredeiras
E as violências que rasgavam corações
Talvez ardesse vagamente em várias chamas
Talvez a história fosse ainda mais bizarra
No desamparo teve sempre duas almas
Que se chamavam a viola e a guitarra
Pois junto delas já talvez o reconheçam
Talvez recusem dar-lhe o nome de enjeitado
E mesmo aqueles que não cantam não esqueçam
Nasceu assim, cresceu assim, chama-se fado
E mesmo aqueles que não cantam não esqueçam
Nasceu assim, cresceu assim, chama-se fado
Música Fernando Tordo
Letra Vasco Graça Moura
Letra
Dizem que já não me queres
Que há outro na tua vida
E que é dele que tu gostas
São as línguas das mulheres
Que vinham lamber-me a ferida
Se me virasses as costas
Se eu não levo isso a peito
Nem olho para a desdita
Como coisa que se veja
Tu tens de perder o jeito
De ser sempre a mais bonita
E despertar tanta inveja
Dizem que já me enganaste
Soprando no meu ouvido
Fados de rara beleza
Não sei se me atraiçoaste
Mas eu senti-me traído
Mesmo sem ter a certeza
Nada disto acontecia
Se desses as tuas voltas
Sempre, sempre, ao meu redor
Tens de perder a mania
De deixar as pontas soltas
Na história do nosso amor
Letra
Sou do fado
Como sei
Vivo um poema cantado
De um fado que eu inventei
A falar
Não posso dar-me
Mas ponho a alma a cantar
E as almas sabem escutar-me
Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou
E se vocês não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou
Nesta voz tão dolorida
É culpa de todos vós
Poetas da minha vida
A loucura, ouço dizer
Mas bendita esta loucura de cantar e sofrer
Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou
E se vocês não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Letra
Se não sabes o que é Fado
Sem ter sombra de pecado
Sem traições
Corações
Aos baldões
E paixões de vielas
Se não fazes uma ideia
Desta triste melopeia
Que nos alegra
E por via de regra
Choramos com ela
Se não sabes como encanta
Quem o ouve e quem o canta
Quando se agarra
A uma guitarra
À luz do luar
Fado dum fado nascido
Um grito de espanto, um gemido
Vem ver Lisboa
Como ela o entoa
E o canta a chorar!
Fado é amor
Que sobrou d'algum queixume
Que se agarrou ao ciúme
E se embrulhou no seu manto
Fado é a dor
É o meio-termo da vida
Nem esperança perdida
Nem riso, nem pranto!
Se não sabes que a tristeza
Que nos prende, e fica presa
Não é mais
Que os sinais
Usuais
D'alguns ais sem agrado
Se não sabes que a Saudade
Que nos abre e nos invade
Só aparece
Quando não se esquece
Que também é fado
Se não sabes o que é esperança
Que não pára, que não cansa
E é com certeza
Tal como a firmeza
Um rasto de Fé
Sonho dum sonho desfeito
O gosto dum gosto perfeito
Que nos embala
Mas que não se iguala
Ao que o Fado é
Letra
Acendem-se os olhos do dia
Um sol feito de água e janelas
Na rua e nas praças
Na cal e nas pedras
No cais que abrigou caravelas
Do alto das tuas muralhas
É todo o teu corpo que eu vejo
Vestido de claro
De azul e gaivotas
E os olhos no espelho do Tejo
Ai céu que encandeia os meus olhos
Ai estrelas nos olhos do dia
Ai margens que nos contam histórias
Do mar que ninguém conhecia
Ai naus de aventura
Com anjos na proa
Nos portos
Da minha alegria
No chão feito de preto e branco
Da calçada à portuguesa
Demoro o olhar
E escrevo o teu nome
De dona do mar e princesa
Do alto das ruas muralhas
É todo o teu corpo que eu vejo
Vestido de claro
De azul e gaivotas
E os olhos no espelho do Tejo
Ai céu que encandeia os meus olhos
Ai estrelas nos olhos do dia
Ai margens que nos contam histórias
Do mar que ninguém conhecia
Ai nau de aventura
Com anjos na proa
É assim que eu te vejo
Lisboa
Letra
Sem capricho ou presunção
Nesta torre de papel
Deita sete olhares de mel
Em metade de um limão
Na noite mais traiçoeira
Ruim, medonha, brutal
Descontada a pasmaceira
Do inferno do normal
Se me vires a cara séria
Juiz, togado ou em fralda
A julgar faltas, à balda
Num tribunal multimédia
E tomado o pensamento
Por rombo, machado ou moca
Pega no laser da moda
Dou-te o meu assentimento
Se me vires, por fraqueza
Por perfídia ou aflição
Mergulhado na tristeza
Com que se mói a razão
E servi-la à sobremesa
Das ceias da frustração
Assentado na baixeza
O programa da nação
Por favor peço-te só
Não te demores, vem logo
Traz gasolina, põe fogo
Meu amor, não tenhas dó
Letra
Abre também a tua voz e vem comigo
Não cantaremos nunca mais o fado antigo.
Agora
Em cada verso há um homem que não chora
E o futuro é o sítio onde se mora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Vou-te dizer palavras loiras como o trigo
Hoje cantar é aprender a estar contigo.
Agora
Cada palavra tem o gosto duma amora
Que a gente apanha e morde pela vida fora.
Cantar é ter um sol dentro da voz
E repartir o sol por todos nós.
Cantar é não estarmos sós.
Amigo
Vou-te bater com as palavras ao postigo
Escuta o sentido das noticias que te digo:
Agora
Cada canção terá a força duma aurora
Que a gente acende e leva pela vida fora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Não tenhas medo do cansaço ou do castigo
A nossa voz dá-nos calor, dá-nos abrigo.
A hora
É de mandarmos a saudade e o choro embora
E noutro fado desgarrarmos vida fora. (bis)
Letra
A Júlia florista
Boémia e fadista
Diz a tradição
Foi nesta Lisboa
Figura de proa
Da nossa canção
Figura bizarra
Que ao som da guitarra
O fado viveu
Vendia as flores
Mas os seus amores
Jamais os vendeu
Ó Júlia florista
Tua linda história
O tempo gravou
Na nossa memória
Ó Júlia florista
Tua voz ecoa
Nas noites bairristas
Boémias, fadistas
Da nossa Lisboa
Chinela no pé
Um ar de ralé
No jeito de andar
Se a Júlia passava
Lisboa parava
Para a ouvir cantar
No ar um pregão
Na boca a canção
Falando de amores
Encostado ao peito
A graça e o jeito
Do cesto das flores
letra
Tal qual esta Lisboa, roupa posta à janela
Tal qual esta Lisboa, roxa jacarandá
Sei de uma outra Lisboa, de avental e chinela
Ai Lisboa fadista, de Alfama e oxalá
Lisboa lisboeta, da noite mais escura
De ruas feitas sombra, de noites e vielas
Pisa o chão, pisa a pedra, pisa a vida que é dura
Lisboa tão sozinha, de becos e ruelas
Mas o rosto que espreita, por detrás da cortina
É o rosto d'outrora feito amor feito agora
Riso de maré viva numa boca ladina
Riso de maré cheia num beijo que demora
E neste fado deixo esquecido aqui ficar
Lisboa sem destino, que o fado fez cantar
Cidade marinheira sem ter que navegar
Caravela da noite que um dia vai chegar
A propósito dos seus 50 anos de carreira, Carlos do Carmos tem agora o seu retrato num muro lisboeta. A pintura, assinada pelo artista plástico Daniel Eime, replica a capa do novo disco do fadista, "Fado é Amor".
Se a voz de Carlos do Carmo já era, para muitos, uma das mais marcantes da capital, a imagem do fadista marca agora um dos muros da cidade - o da Calçada do Monte, no bairro da Graça. A pintura feita em stencil por Daniel Eime celebra meio século de carreira e antecede a chegada às lojas de "Fado é Amor", editado na próxima semana mas já disponível no music box. No álbum, Carlos do Carmo interpreta clássicos do fado ao lado de fadistas como Camané, Mariza, Carminho, Ana Moura ou Aldina Duarte, entre outros nomes da nova geração.
Veja a ilustração de Carlos do Carmo em Lisboa:
‘Fado é Amor’ pode ser ouvido em exclusivo no music box a partir de amanhã
A edição deste álbum coincide com o 50.º aniversário de carreira do fadista e foi neste ambiente que Carlos do Carmo reuniu para este disco os melhores intérpretes de fado da actualidade. Em ‘Fado É Amor’ juntam-se a Carlos do Carmo nomes como Aldina Duarte, Ana Moura, Camané, Carminho, Cristina Branco, Mafalda Arnauth, Marco Rodrigues, Mariza, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro, sempre acompanhados pelo trio formado por José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola de fado) e José Marino Freitas (baixo acústico).
A encerrar o disco, Carlos do Carmo junta-se à sua mãe, Lucília do Carmo, para um dueto póstumo no tema ‘Loucura’, cuja gravação original da sua voz data de 1960.
‘Fado é Amor’ chega às lojas dia 4 de Novembro.
O music box é o primeiro serviço de streaming triple play do mundo que permite o acesso a milhões de músicas no computador, smartphone, tablet e televisão sem limitações nem publicidade associadas.
Letra
Não deixei de ser quem era, e tudo é novo
Por morrer uma andorinha, sem amor
Não acaba a primavera, diz o povo
Como vês não estou mudado, felizmente
E nem sequer descontente, ou derrotado
Conservo o mesmo presente, do passado
E guardo o mesmo passado, bem presente
Eu já estava habituado a este fado
A que não fosses sincera em teu amor
Por isso eu não fico à espera dos amores
De uma ilusão que eu não tinha e nem renovo
Se deixaste de ser minha, minha dor
Não deixei de ser quem era e tdo é novo
Vivo a vida como dantes, a cantar
Não tenho menos nem mais do que ja tinha
E os dias passam iguais, pra nao voltar
Aos dias que vão distantes de seres minha
Horas, minutos, instantes, desta vida
Seguem a ordem austera com rigor
Ninguem se agarre à quimera sem valor
Do que o destino encaminha e não é novo
Pois por morrer uma andorinha sem amor
Não acaba a primavera diz o povo
Do álbum "Fado É Amor". 4.NOV.2013. www.facebook.com/carlosdocarmofado
"Por Morrer Uma Andorinha"
Letra: Joaquim Frederico de Brito e Américo Tavares dos Santos
Versículos: Judite Leal
Música: Fado Menor (com Versículo)
‘Fado é Amor’ chega às lojas dia 4 de Novembro
A encerrar o disco, Carlos do Carmo junta-se à sua mãe, Lucília do Carmo, para um dueto póstumo no tema ‘Loucura’, cuja gravação original da sua voz data de 1960.
O primeiro single, ‘Por Morrer Uma Andorinha’, cantado por Carlos do Carmo e Camané estreia em exclusivo na Antena 1 no próximo dia 1 de Outubro, ficando disponível em todas as plataformas digitais dia 7.
Para já, é conhecido o primeiro de onze vídeo-teasers com excertos dos temas e uma amostra das imagens captadas para os formatos especiais deste disco em DVD.
Para ver aqui.
Música
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Cultura
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