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A Música Portuguesa

Em terras Em todas as fronteiras Seja bem vindo quem vier por bem Se alguém houver que não queira Trá-lo contigo também

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Serralves em Festa já à espreita este sábado com ópera para bicicletas

A britânica Kaffe Matthews compôs uma ópera para ouvir em movimento - em cima de uma bicicleta e ao longo do rio Douro.

 

O Serralves em Festa tem hoje um pré-arranque no Porto, com a estreia de uma ópera para bicicletas para ser ouvida pedalando ao longo do rio Douro, conforme a partitura vai sendo acionada através de GPS

 

Ópera Fixi é uma encomenda de Serralves à britânica Kaffe Matthews que, a partir das 13h e até 9 de Junho, pode ser ouvida por quem conduzir uma das 12 bicicletas amarelas que estão estacionadas no antigo posto de turismo na praça do Infante.
Em cada bicicleta proveniente da Bélgica estão montadas duas colunas estéreo, apontadas para a cara do condutor e na traseira uma caixa negra, onde está instalado o GPS e os ficheiros com o mapa e a música, os sons compostos por Kaffe Matthews com a colaboração do grupo de teatro Visões Úteis.
No computador, a artista britânica, munida de um software próprio, pôde definir “diferentes áreas e ligá-las a trechos de som que vão corresponder a diferentes momentos”.
“Nesta área, por exemplo”, explica, “há uma parte rítmica que toca e dentro dela, em diferentes locais, há vozes de seis homens que declamam um texto sobre amor”.
Esta é uma partitura que se vai “lendo” em movimento. Conforme se avança ao longo do rio Douro, até ao farol do molhe, as colunas vão debitando diferentes sons, que variam conforme o local onde se esteve ou a direção que se vai tomar.
Logo à saída, montado na bicicleta amarela, o condutor ouve a gravação dos sinos da igreja de S. Francisco e, mais à frente, já perto da Alfândega, um coro de mulheres. O som que sai das colunas confunde-se com o ruído de fundo da rua, numa mistura entre o real e a criação artística.
“A música que toca numa bicicleta permite-nos ver as coisas de uma maneira muito diferente e transforma completamente o que nos envolve”, explica Kaffe Matthews.
“Quando vamos em direcção ao mar não vemos a cidade, de tal forma somos atraídos magneticamente para o mar, para a luz. Queremos chegar lá. Mas quando voltamos somos empurrados pelo vento, vamos para casa”, acrescenta.
O rio e os peixes tornaram-se “a principal fonte de inspiração” para a artista, que, apesar de já ter feito trabalho com tubarões e com salmões, confessa que quando foi para o Porto “não tinha qualquer intenção de fazer uma peça sobre peixes”.
Contudo, cedo descobriu que “o único local onde se pode andar de bicicleta é mesmo ao longo do rio - o resto é muito inclinado e há ainda os paralelos, terríveis para a bicicleta”.
Depois foi percebendo “o papel central que o peixe tem na vida em Portugal” e os Visões Úteis levaram-na a descobrir factos como o de o rio estar “tão poluído que os peixes macho se estão a tornar em peixes fêmea”.
O encontro com a comunidade piscatória da Afurada, “uma coisa extraordinária para uma rapariga de Londres poder visitar e descobrir”, foi outro dos momentos do trabalho de pesquisa. São as vozes de alguns dos seus moradores que contam uma história “onde as mulheres são pescadores e os homens são sereias”.
Foi com muitos quilómetros de bicicleta para descobrir o trajecto e a ajuda de João Martins, músico que trabalha com os Visões Úteis, que Kaffe Matthews escreveu esta Ópera Fixi, que conta com a participação, entre outros, de Adolfo Luxúria Canibal, Angélica Vázquez Salvi, do Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto, do Grupo Coral da Afurada e do Instituto Orff do Porto.
Retirado do Público
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